“O pessimismo, no Brasil, é mais profundo do que se pensa. Fora dos momentos obrigatórios, há muito tempo o brasileiro deixou de ser otimista. Comparando os historiadores brasileiros com os americanos, por exemplo, nota-se uma diferença. O pesquisador americano procura no passado o que deu certo na sua História. Já o historiador brasileiro busca o que deu errado. Não quer estudar o que aconteceu de bom e de ruim, mas mostrar por que o Brasil nunca funcionou bem. Para ele, a independência não foi uma independência de verdade. A república também não é uma república. Os liberais não eram liberais, o progresso não era progresso e assim por diante. Isso vai além de qualquer discussão séria sobre os problemas reais do Brasil. É um modo pessimista de ver o país, definido, a priori, como um lugar onde nada dá certo.”
Stuart Schwartz, brasilianista da Universidade de Yale, à revista Veja, de 21 de abril de 1999.