Os vários ‘Brasis’ que se mudaram para Portugal: “zucas” já somam 105.423

Luciana Alvarez / Agência Estado

São megainvestidores milionários, estudantes, empresários, escultores de areia, motoristas de aplicativo, artistas, desempregados. São brasileiros, em Portugal. Números e relatos obtidos pelo jornal O Estado de São Paulo mostram “zucas” (como se tratam e são chamados pelos lusitanos) de todas as idades e classes sociais, fazendo a rota oposta à do Descobrimento – repetindo as desigualdades sociais e os desafios do outro lado do Atlântico. Mas sem pensar em voltar.

O Serviço de Imigração e Fronteiras (SEF) registrou em 2018 acréscimo da população estrangeira residente, que chegou a 480 300, maior número da série iniciada em 1976. Só que os “zucas” já são um em cada cinco: 105.423. Dois anos antes, eram 81.251, um avanço de 29,7%.

Dados solicitados pela reportagem ao SEF mostram que os brasileiros residentes em Portugal têm um perfil bem mais feminino e no auge da idade, quando se fala em capacidade produtiva, entre 30 e 44 anos. No total, registraram-se 42.848 homens e 62.575 mulheres. Desse grupo, 43.396 (41,16%) estão nessa faixa etária.

O advogado Luiz Ugeda, do escritório Porto Advogados, explica que o país europeu, com uma população envelhecida, precisa de mão de obra qualificada. Já do ponto de vista do Brasil, “há um desconforto de certas camadas da população brasileira com a crise que o País vive”. “Não só a econômica e política, mas a de valores mesmo. Tem muita gente qualificada, dos meios acadêmicos, profissionais liberais e empresários.” Dessa forma, os que chegam têm um perfil diferente de fluxos migratórios anteriores – em 2012, havia praticamente o mesmo número de residentes “zucas” (105.622). “Você continua tendo profissionais que se submetem a subempregos, que buscam qualquer meio de sobrevivência, mas há também os qualificados.”

Só o Aeroporto de Lisboa, a capital, recebe diariamente 12 ligações aéreas provenientes do Brasil. Entre quem não está a turismo, grande parte já fica por ali mesmo. Na sua maioria, esses cidadãos passam a residir nos distritos de Lisboa (42 847), Porto (12.994) e Setúbal (10.728), onde há mais oferta de empregos. Os brasileiros já estão entre os estrangeiros que mais investem na antiga “metrópole” europeia. Em 2017, responderam por 19% dos investimentos (atrás só dos franceses, com 29%).

Mercado imobiliário. E a chegada de estrangeiros procurando residência sobretudo em Lisboa já é apontada como um dos fatores que colabora para a “crise” do mercado imobiliário (falta de moradias). Além disso, a alta do turismo está transformando diversos imóveis em locais de estadia temporária (estilo Airbnb) Muita procura e pouca oferta fazem os preços dos aluguéis dispararem.

“Está difícil encontrar casas a preços acessíveis. Além disso, para brasileiros, muitas vezes os locadores exigem 12 aluguéis adiantados”, alerta Cyntia de Paula, presidente da associação Casa do Brasil, que dá orientações aos recém-chegados. Entre 2013 e 2018, os preços dos imóveis cresceram 46%, de acordo com o grupo Confidencial Imobiliário.

Danilo Bethon, de 29 anos, produtor cultural, adotou Portugal como novo lar há dois anos e diz ter sido sempre tratado com muita cortesia. Contudo, teve dificuldade em alugar um apartamento por ser “zuca”. “Só de falar pelo telefone pedindo informação, percebiam o meu sotaque e diziam que o lugar já tinha sido alugado”, lembra. “Teve a dona de uma casa que, no dia de assinar o contrato, quando viu que eu era brasileiro, pediu seis alugueis adiantados de caução, em vez de dois. Não tinha todo esse dinheiro e não fizemos negócio.”

As principais razões invocadas para a concessão de novos títulos foram reagrupamento familiar – quando a mulher, ou muitas vezes o marido, vai na frente para a Europa e depois traz os demais – para trabalho e estudo. Além da alta de pedidos de residência, muitos brasileiros têm buscado a nacionalidade portuguesa, por casamento, por ter antepassados lusitanos, ou por autorização de residência antiga no país. Em 2018, 11.586 obtiveram o documento; no ano anterior, haviam sido 10.805.

E há um empoderamento feminino. “A imigração costuma ser associada ao homem, mas na verdade muitas mulheres buscam a mudança de país de forma autônoma”, afirma Cyntia. Segundo ela, contribui o fato de serem mais pobres e ganharem menos. “Elas imigram para buscar melhor qualidade de vida, de trabalho e de estudo.” Ugeda levanta ainda a hipótese de o fator segurança sensibilizar mais as mulheres. “Isso faz com que busquem Portugal como projeto de vida e tenham porcentual maior de regularização.”

Bem-estar mais que ocupação. A queda no desemprego (de 17,3% há seis anos para 6,6% agora) é sempre citada como atrativo para Portugal. Mas há quem não se preocupe com isso. “Nossa família levava uma vida confortável: morávamos numa boa casa e as minhas filhas, de 10 e 14 anos, estudavam em colégio particular, tínhamos uma vida social movimentada”, afirma Nelson Pires da Costa, de 43 anos, que deixou o Rio no ano passado e seguiu para Cascais. Hoje, ele ainda não tem ocupação fixa – trabalhava com reboques no Brasil – e cogita partir para o Uber, mas não pensa em voltar. “Minha filha mais velha, que no Rio não andava nem um quarteirão por medo, agora vai sozinha para a escola.”

A advogada Gilda Pereira, sócia da Ei assessoria imigratória, conta que seus clientes sempre citam a segurança, as escolas e a saúde pública de qualidade como fatores que pesam. “Tive um cliente que teve câncer depois de chegar e se surpreendeu com a qualidade do atendimento no sistema público.”

Mesmo com o melhor mercado de empregos, não é fácil a colocação para um “zuca” – e em certas áreas o idioma ajuda menos do que se poderia esperar. “Tenho conseguido bons trabalhos em Portugal, mas sei que minhas possibilidades são limitadas porque o português que falo é o do Brasil. As duas personagens de novela que fiz eram brasileiras”, conta a atriz Thaiane Anjos, de 30 anos, que trocou o Rio por Lisboa há quatro anos. No País, atuou nas novelas Flor do Caribe, Além do Horizonte e Malhação, da Rede Globo de Televisão.

Outro problema é a burocracia, como explica a publicitária Aline Camargo, de 34 anos, que foi para Lisboa há quatro anos e meio. Inicialmente, ela e o marido entraram na Europa como turistas, mas depois decidiram ficar e buscar trabalho remunerado. “Para conseguir a residência, há um processo que chegava a levar dois anos esperando a marcação da entrevista”, diz. Foi depois de ter filha em Portugal que ela correu atrás de regularizar a situação “Consegui minha residência só este ano.”

Preconceitos. O fator discriminação também influencia, de algum modo, a comunidade de imigrantes. Segundo o Relatório Anual sobre a situação da Igualdade e Não Discriminação Racial e Étnica em Portugal, a nacionalidade brasileira, enquanto fator de discriminação na origem, surge na terceira posição, referida em 45 queixas, que representam 13% do total – no ano anterior, foram 18 casos. Em abril, teve repercussão internacional uma montagem feita na Universidade de Lisboa que “oferecia” pedras para atirar em “zucas”.

Só que até nesse ponto o fluxo migratório traz contradições bem brasileiras. É o caso da professora de circo Glaucia Manzzaneira, de 36 anos, que trocou São Paulo pelo Porto há sete meses. “A partir de 2016 comecei a sentir uma mudança no Brasil, uma liberação do discurso de ódio contra a comunidade LGBT.” Ela e a mulher passaram a ser alvo de xingamentos, brincadeiras e ameaças nas ruas. “Aqui (em Portugal) pode até haver algum preconceito, noto alguns olhares, mas ninguém ousa nos abordar nas ruas”, diz ela, que também foi vítima da crise econômica e teve de fechar a escola de circo que tinha. “Portugal foi um lugar que nos pareceu seguro e fácil para emigrar.”

‘Estamos à procura de trabalho’

O número de brasileiros barrados está em alta, segundo o Serviço de Fronteiras (SEF) -, mas precisa ser relativizado. O número de detidos saltou de 300 em 2013 para 2.865 no ano passado, um acréscimo de 855%. Mas foi recusada a entrada só de 0,2% do total. Os principais fundamentos foram: ausência de motivos que justificassem a entrada e ausência de visto adequado ou documento caducado.

“Meu companheiro entrou como turista e deu tudo certo, já chegou com trabalho. A gente juntou dinheiro e eu fui em abril. Mas me barraram na imigração”, conta Yelre Felipe, de 23 anos, que morava em Anápolis (GO). “Só depois que voltei para o Brasil que percebi o que aconteceu: a agência de viagens reservou um hotel em Ericeira, mas eu disse para o agente que estava indo para Lisboa.” Dois meses depois, ele entrou em Portugal, via Paris.

Mas há ainda os que conseguem entrar no país, mas não conseguem ficar. Conforme dados oficiais, o número de imigrantes que voltaram ao Brasil com ajuda do Programa de Retorno Voluntário, da agência de migração da Organização das Nações Unidas (ONU), também cresceu. O número passou de 52 em 2016 para 232 em 2017 e chegou a 353 no ano passado. A falta de emprego e o custo de vida estão entre os principais problemas.

Além disso, como no Brasil, não se está livre de golpes nessa área. “Chegamos em Portugal no fim do mês passado, eu, esposo e dois filhos: uma menina de 4 anos e um menino de 13 anos. Comprei passagens de ida e volta e a reserva do hotel com uma agência do Porto, indicada por um pastor”, conta uma auxiliar administrativa de 34 anos, de Vitória, que pediu para não ser identificada. “Quando chegamos à imigração, o policial nos informou que as passagens de volta haviam sido canceladas e não havia reserva em meu nome.” Com o gasto de R$ 10 mil com um advogado, conseguiram sair, mas não sabem o que fazer agora. “Compramos comida, arranjamos uma casa e o que nos resta são ¤ 200. Agora estamos à procura de trabalho.”

Clandestino. E se nos números oficiais a comunidade brasileira já é grande, na vida real ela é bem maior. “As estatísticas do SEF não incluem quem tem dupla nacionalidade, ou quem está em situação irregular”, diz Cyntia.

Mas há os que nem se preocupam com isso, como Jonhy Jonhatan, de 22 anos, um “faz-tudo” que saiu do Paraná para Amadora, na área metropolitana de Lisboa, há oito meses, e hoje trabalha com um amigo fazendo esculturas de areia na praia, sem pensar em se regularizar. “Não me preocupo com isso agora. Apesar de tudo, não penso em voltar para o Brasil.”

Receita: inovação, turismo e educação

Nos últimos quatro anos a chegada dos brasileiros se acentuou por causa do aquecimento de dois setores da economia portuguesa: turismo e tecnologia. E pela abertura cada vez maior do sistema universitário. “São setores (turismo e tecnologia) que crescem muito. Na área de TI especialmente, há empresas globais se mudando para o país, e o evento internacional Web Summit, mas não existe mão de obra qualificada suficiente”, diz a advogada Gilda Pereira, sócia da Ei assessoria imigratória. Dessa forma, sobram vagas. “Os brasileiros têm a oportunidade de emigrar com boas possibilidades de emprego, para um país que fala o mesmo idioma.”

A empreendedora brasileira Vanessa Caldas Alexandre, de 38 anos, chegou a ter uma startup nos Estados Unidos, e relata que estudou a possibilidade de mudança para sete países e, entre eles, Portugal era o que estava mais atrasado nos negócios de e-commerce. “Muita gente criticou a escolha. Várias empresas de tecnologia estão vindo para cá, o governo incentiva o empreendedorismo. Neste momento Portugal está preparado para promover a inovação tecnológica. E o Brasil tem a aprender: algumas empresas daqui vendem em até 20 ou 30 países; e é preciso conquistar cada cultura.”

Na área de tecnologia, de acordo com o relatório The State of European Tech, Portugal foi o segundo país com maior crescimento em postos de trabalho entre 2017 e 2018 no Velho Continente, atrás somente da França. O estudo mostra ainda que 27% das vagas para a área tecnológica continuavam abertas ao fim de 60 dias, por causa de uma escassez de mão de obra.

No ano passado, conforme relatório World Travel & Tourism Council, o turismo cresceu 8,1% em relação a 2017, a maior taxa entre os países da União Europeia. Naquele ano, o setor empregava 1,05 milhão de trabalhadores; as projeções indicam que neste ano os empregados do turismo cheguem a 1,2 milhão.

Enem. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou a ser utilizado como seleção pelas instituições portuguesas em 2014. No total, 1,2 mil brasileiros já foram aprovados para estudar no país europeu até o ano passado – com 35 universidades adotando o exame.

Isso sem falar na exigência menor: em Direito, por exemplo, um dos cursos mais concorridos no Brasil, a nota de corte mínima do Enem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma do Ministério da Educação que reúne vagas no ensino superior público, foi de 676 pontos em 2017, na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Para estudar nas universidades de Lisboa, do Porto ou de Algarve, a nota exigida é de 600. Resultado: do ano letivo 2017/18 para 2018/19, a alta na chegada de “zucas” é de 32%, segundo a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e da Ciência.

“No Brasil, comecei Engenharia Ambiental, mas não me identifiquei. Estava pensando em mudar para o curso de Ciências do Mar da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), quando uma amiga comentou que eu poderia usar a nota do Enem para fazer Biologia Marinha na Universidade do Algarve”, conta José Renato Batista, de 24 anos, que há 1 ano e 8 meses trocou Santos pelo Faro, no sul português.

“Fiquei sabendo que a instituição é referência na Europa nessa área. Mandei minha nota, os outros documentos que pediam, e esperei”, afirma Batista. “Foi um processo bem simples – e eles me aceitaram.”

DOCUMENTAÇÃO

Nacionalidade

Filhos, netos e cônjuges de cidadãos portugueses têm direito. O processo leva oito meses até a conclusão, contados da entrega de todos os documentos no consulado. O requerimento custa R$ 1.038, e o valor total do trâmite pode chegar a R$ 2 mil. Após a conclusão, pode-se converter o certificado de aquisição de nacionalidade para atribuição, e dar início ao processo para outro familiar.

Visto

Quem deseja ficar mais de um ano em Portugal pode requisitar o visto de residência. É necessário comprovar fonte de renda para o período de estadia e justificar a motivação. O visto custa R$ 400 e demora, em média, dois meses. Familiares de quem obteve o visto de residência podem pedir aval para morar no país, na categoria Reagrupamento Familiar.

Autorização de Residência

Estrangeiros podem obter autorização para residência temporária, com dispensa de visto, se investirem no país. É necessário exercer atividade de investimento ou ter empresa reconhecidas em Portugal. O interessado assume o compromisso de fazer investimentos mínimos, que vão de 250 mil a 1 milhão de euros, ou a criação de 10 postos de trabalho, no período de cinco anos. A taxa de análise da requisição é de 513 euros, e o prazo da resposta é de 72 horas.

Depoimentos

Johny Jonhatan, 22 anos, de Presidente Castelo Branco (PR) para Amadora

“No Brasil eu estava sem emprego, já fiz de tudo um pouco. Minha mulher tinha família em Portugal, e eles arrumaram tudo para nós dois. Entramos no país como turistas, mas eu já tinha acertado de trabalhar de mecânico na oficina onde o tio dela era gerente. O apartamento que a gente morava era dele.

Só que, depois de um mês aqui, eu sofri um acidente de trânsito a caminho do trabalho: quebrei clavícula e bacia, meu pulmão foi afetado. Fui bem atendido no hospital, recebi alta para ir para casa.

Os médicos me deram cinco meses de licença, mas a família dela não gostou. Disseram que eu era folgado, que eu já estava bom.

Nós dois passamos a brigar muito e acabamos nos separando. Com isso, eu perdi o emprego e a casa. Consegui ter onde ficar com ajuda do Jonas, que conheci em Lisboa, e me alugou um quarto. De brincadeira, o chamo de “pai”. Agora trabalho com ele todos os dias, fazendo esculturas de areia. Não me preocupo.”

Nelson Pires da Costa, 43 anos, do Rio de Janeiro para Cascais

“No Brasil, a violência estava muito perto. Em 2016, começamos a pensar na mudança. Meu pai era português, então eu pude pedir a cidadania. Nos organizamos financeiramente, juntamos algum dinheiro. Minha ideia era ter um reboque aqui, mas tive problemas com a categoria da carteira de motorista e não deu certo. Agora vou começar a dirigir para o Uber. Minha esposa e minha mãe, que também veio conosco, estão fazendo doces e salgados. Vivemos de maneira simples, compramos o que é realmente necessário. Como não temos mais empregada, todo mundo precisa fazer suas tarefas para manter a casa em ordem. Hoje acho que é assim que deveria ter vivido sempre. A convivência familiar melhorou. Sentimos saudade das pessoas que ficaram, mas esse é o único ponto negativo.”

Thaiane Anjos, 30 anos, do Rio de Janeiro para Lisboa

“Há quatro anos, quis fazer uma viagem pelo mundo, sem roteiro certo. Comecei por Portugal, fiquei três meses, e não quis mais saber. Voltei ao Rio, vendi tudo e vim tentar começar a carreira aqui. Eu tinha conhecido uma escritora portuguesa e, quando ela fechou contrato para uma novela, me convidou para participar. Inicialmente seria uma participação pequena em Ouro Verde, de 20 episódios. Acabei fazendo mais de 200. Já fiz duas novelas, estou atuando com uma companhia de teatro na Ilha da Madeira e tenho um curta metragem para este ano – será meu primeiro trabalho do tipo. Aqui o esquema de trabalho é muito diferente. Por ser uma produção menor, tenho muito mais abertura. Eu me sinto mais próxima para poder opinar.”

Glaucia Manzzaneira, 36 anos, de São Paulo para o Porto

“Em 2016 comecei a sentir uma mudança no Brasil, uma liberação do discurso de ódio contra a comunidade LGBT. Minha esposa e eu morávamos em São Paulo, perto da Avenida Paulista, uma região com muitos homossexuais, onde antes costumávamos nos sentir seguras. Mas passamos a receber abordagens na rua: ser xingadas, zoadas, ameaçadas. Um dia, quando atravessávamos uma rua a pé, um carro acelerou para cima de nós, com o motorista gritando pela janela. Portugal foi um lugar que nos pareceu seguro e fácil para emigrar. Tivemos ajuda de um coletivo, o Queer Tropical. Minha esposa veio para Portugal fazer um mestrado e eu vim junto, como família. Consegui um emprego em um restaurante “

José Renato Fonseca Batista,24 anos, de Santos para Faro

“A parte que deu um nervoso foi o visto. Dei entrada no consulado de Portugal em São Paulo logo, mas eram tantos pedidos que, o que era para levar 30 dias, levou 90. Perdi o começo do semestre, mas no final deu tudo certo. Na faculdade há bastante estrangeiros – a maioria do Brasil. Já aconteceu de um colega fazer piada, dizer que brasileiro é praga, mas de maneira geral sou bem tratado, consegui me integrar com os portugueses. Alguns professores duvidam da nossa capacidade. O ensino médio daqui é diferente: eles já têm Geologia, Cálculo e uma Química mais avançada. Mas todas as vezes em que um professor disse que os brasileiros teriam “lacunas a serem preenchidas”, vimos que isso não passava de suposição falsa.”

Vanessa Caldas Alexandre,38 anos, de São Paulo para Oeiras

“Sempre empreendi no Brasil e cheguei a ter uma startup nos EUA. Quando voltei ao País, inspirados no ecossistema de São Francisco, meu marido e eu montamos um negócio que ajuda empresas do varejo e da indústria a acelerar as operações de e-commerce. Fiquei três anos em São Paulo, mas com vontade de ter outra experiência internacional. Viemos para Portugal por entender que teríamos mais a contribuir, que aqui agregaríamos valor. Várias empresas de tecnologia estão vindo. Escolhi aqui sem nunca ter pisado no país. Nem sabia que havia praias tão bonitas. Como temos uma filha com 6 anos, falar o mesmo idioma foi um bônus, que facilitou a adaptação dela. Viemos para desbravar um mercado, e até agora tem dado tudo certo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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1 COMENTÁRIO

  1. Mas entao… vou fazer um pequeno comentario. primeiramente dou muito parabens por este maravilhoso trabalho aqui neste site. quase sempre e extremamente dicil encontrar um bom conteudo na net. Tudo por aqui esta incrivel. eu absolutamente gostei muito. a forma como tudo por aqui e publicado e realmente otimo. voce tem minha admiracao

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