Martim Afonso de Sousa: Um fidalgo calipolense que fez história no Brasil

    Martim ou Martinho Afonso de Sousa nasceu provavelmente em Vila Viçosa (Portugal), precisamente no ano em que a Armada de Pedro Álvares Cabral fundeou junto de Porto Seguro (1500)[1]

    As origens

    Ditosa pátria, que tal filho teve                 

    (Os Lusíadas. Canto XII, 32)

    Gentil-homem, grande herói português, ilustríssimo Calipolense, Senhor do Prado e Alcoentre, Alcaide-mor de Bragança e de Rio Maior, foi uma “Deusa glória da pátria portuguesa e um gigantesco vulto que mereceu o canto imorredouro na admirável epopeia de Luís de Camões (Canto X, estrofes 63 e 67)”[2].

    Fidalgo dedicado à leitura e curioso dos feitos de armas[3], formado pela natureza para ser herói, começou desde a adolescência a dar claros argumentos e generosos brios[4], que se vieram a confirmar ao longo da sua vida.

    Paço Ducal de Vila Viçosa, sede da Sereníssima Casa de Bragança, desde 1501©Tiago Salgueiro.

    O pai de Martim Afonso, Lopo de Sousa, fidalgo da Casa Real, senhor do Prado e das terras de Paiva, era aio de D. Jaime de Bragança, vindo por este a ser elevado ao estatuto de alcaide-mor de Bragança. Foi Lopo de Sousa que iniciou o nobre pupilo nas artes militares e afins, bem como no domínio das normas sociais nobiliárquicas[5].

    A família descendia dos Sousa Chichorro, cujo varão da geração inicial foi Martim Afonso Chichorro, filho bastardo de D. Afonso III, o qual foi elevado a altas posições sociais, políticas e económicas, no reinado do seu meio-irmão El-Rei D. Dinis de Portugal. A mãe era D. Brites de Albuquerque, filha de João Rodrigues de Sá, senhor de Sever e alcaide-mor e vereador da Fazenda do Porto.

    Sendo Vila Viçosa um dos domínios mais emblemáticos da casa ducal brigantina e registando-se um forte elo entre os Sousas e a Casa de Bragança, não surpreende pois que a localidade tenha sido o berço de nascimento de Martim Afonso de Sousa[6].

    Paralelamente, o início do século XVI marca o início de um período fulgurante da história de Vila Viçosa, pequena localidade que era a sede da influente Casa de Bragança, surgida em 1442 e que se assumiu como uma das mais importantes famílias nobres de Portugal, em poder, riqueza e prestígio.

     O regresso do quarto Duque D. Jaime às origens portuguesas, no final do século XV, depois do exílio forçado em Castela, por razões de ordem política, implicou uma profunda alteração na vila alentejana a vários níveis, graças à instituição da designada “Corte na Aldeia”, espaço de referência que deixou marcas na cultura europeia, quase a meio caminho entre Lisboa e Madrid.

    A transformação de Vila Viçosa durante este período, como consequência da ação política da casa de Bragança, permitiu a criação de um polo cultural de influência humanista, marcado por uma tendência italianizante, que imortalizou testemunhos a nível arquitetónico, artístico e social. A projeção do solar brigantino deixa eco um pouco por toda a Europa. A este ambiente erudito do Paço de Vila Viçosa acudiam mestres, pintores, poetas, humanistas, filósofos, músicos, embaixadores e cientistas, com o afã de conhecerem este Parnaso das Artes e das Letras, em que o Duque de Bragança personificava o próprio Apolo, numa referência ao legado da Antiguidade Clássica.

    O interesse dos Duques de Bragança, logo no final do século XV, pelas correntes humanistas e pelos estudos literários e científicos teve em Vila Viçosa o seu foco principal de desenvolvimento. O mecenatismo dos sucessivos duques foi uma constante que originou a confluência de muitos ilustres visitantes a este território, conforme foi referido, tendência que foi uma constante ao longo de todo o século XVI[7]. Denota-se, paralelamente, uma vontade clara em implementar princípios e normas do Renascimento italiano no solar alentejano do Ducado.

    Aqui estavam estabelecidos médicos e juristas ao serviço do Paço, os mestres que tinham sob sua responsabilidade a formação dos duques e dos jovens nobres da Casa de Bragança e os homens das letras que eram protegidos pelo círculo brigantino, tais como Jerónimo Corte –Real, António de Sousa de Abreu, o poeta Pedro de Andrade Caminha, Fernão Cardoso, ou ainda, Afonso Vaz de Caminha, um dos fidalgos mais eruditos do seu tempo[8].

    O que parece claro é que o Paço Ducal de Vila Viçosa viveu o Renascimento e o gosto pelo Humanismo em múltiplas vertentes. Foi, pois, num contexto de serenidade e prosperidade familiar que Martim Afonso de Sousa veio ao mundo naquele ano de 1500, sintomaticamente e de acordo com a tradição, em Vila Viçosa, à beira da sombra protetora da corte ducal[9].

    Este contexto influenciou seguramente e de forma determinante a educação, o carácter e a ambição de Martim Afonso de Sousa durante os primeiros anos da sua vida e comprova que a sua ação política não foi um mero acaso ou fruto de várias circunstâncias felizes, mas sim a consequência de uma contínua aprendizagem. Em Vila Viçosa, o jovem fidalgo de linhagem, crescendo ao som do relato das façanhas dos antepassados, provavelmente empolgado pela leitura de novelas de cavalaria e atento às notícias das atividades bélicas contemporâneas[10], formou uma personalidade aventureira, que excelentes serviços haveria de prestar à Coroa portuguesa.

    Desde a infância à juventude, o fidalgo calipolense pôde reunir todos os fatores vitais à concretização de uma trajetória de sucesso: boa posição social, ditada por nascimento e reforçada por casamento; riqueza assegurada pelo direito de herança a património fundiário; garantias de proteção superior, conferidas pela Casa de Bragança e depois pela Casa Real; e múltiplas relações interpessoais, entabuladas no meio palatino ou aproveitadas a partir de laços de parentesco e de amizade, que entretanto ganharam cunho político[11].  

    Pertencendo a uma família influente e contando com o apoio da casa nobre mais importante do Reino, a seguir à do próprio monarca, Martim Afonso faz a sua entrada na corte aos dezasseis anos, passando a ser, juntamente com o seu primo D. António de Ataíde, um dos mais próximos e fiéis companheiros de juventude do futuro rei D. João III. A sua relação próxima com duas das mais importantes figuras do Reino no século XVI anteriormente mencionadas, com os quais estabeleceu fortes vínculos pessoais, projetou Martim Afonso em termos de influência e prestígio social[12], determinantes na evolução da sua carreira político-militar.

    Com um percurso estrategicamente delineado, transformara-se num perfeito cortesão, aprimorando a sua formação pessoal a nível das letras, artes e da etiqueta dos desportos nobres. Em 1520 é acolhido de forma definitiva e formal ao serviço do príncipe D. João. Não obstante ter mantido uma presença ininterrupta na corte desde 1516, a verdade é durante esse período continuava a ser um criado da Casa de Bragança[13].

    Será durante uma estadia na corte espanhola em que acompanhou, por incumbência do Rei D. João III, a Rainha D. Leonor (viúva do rei D. Manuel I),  que Martim Afonso casará, em maio de 1523, com Ana Pimentel, fidalga espanhola, que seria filha de D. Francisco Maldonado[14] ou de seu irmão, D. Rui Dias Maldonado.

    Ana Pimentel, que terá mais tarde um papel determinante na gestão do património familiar, vai cumprir bem a sua missão de mãe. Teve oito filhos: cinco varões e três filhas[15].

    A participação política e militar do nobre português prolongou-se quase ininterruptamente, de 1530 a 1545, ficando marcada pelo exercício exclusivo de funções cimeiras: primeiro a capitania-mor da expedição encarregue de anular a concorrência francesa e de desencadear a colonização do Brasil, esfera em que esteve dotado de alçada equiparável à de um governador (1530-33) e onde alcançou sucessos que lhe valeram a donataria de algumas capitanias instituídas pela Coroa (1534); depois, a capitania-mor do mar da India (1534-1539) e por fim o governo do Estado da India, no ano de 1541, numa missão que durou até 1545.

                Distinguiu-se pelo carácter multifacetado das suas atividades como cortesão, erudito, guerreiro e explorador, que o levaram de Portugal a Espanha, França, Brasil, India, locais onde não se limitou à esfera litoral, tendo-se atrevido a avançar por esses territórios mencionados.

                Tinha diversas capacidades pessoais: espírito empreendedor, conhecimentos científicos a nível da matemática, cosmografia e navegação, visão política, carisma, ambição e uma apurada sensibilidade para a promoção e salvaguarda dos seus interesses, que o conduziram a atitudes de confrontação, até diante da Coroa. Foi um verdadeiro cidadão do mundo, que correu as sete partidas, ao serviço de Portugal[16].

    Simultaneamente, privou e contactou ao longo da sua carreira, com estadistas europeus e asiáticos, tais como D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião e o Imperador Carlos V, Bahadur Shah, sultão indiano do Guzerate (1526-1537), Salghar Shah, Rei de Ormuz (1535-1544), Ibrahim, sultão indiano de Bujapur (1535-1557), Bhuvaneka Bahu VII, rei cingalês de Kotte (1521-1551), Tabarija, Sultão de Ternate (1532-1545) e o Rajá de Cananor (1527-1547).

     Teve uma relação privilegiada com os cientistas Pedro Nunes e Garcia da Orta e com veteranos de guerra, tais como Gonzalo Fernandez de Cordoba (1453-1515), herói castelhano das guerras de Itália, D. Garcia de Noronha, personalidade portuguesa que assistiu a momentos cruciais da formação do Estado da India e altas individualidades religiosas, como o jesuíta São Francisco Xavier[17].

    De facto, Martim Afonso ocupou, até à data da sua morte, provavelmente em 1571, uma posição muito relevante quer na expansão ultramarina, quer na sociedade cortesã de Quinhentos, graças à construção de uma carreira singular, que permitiu também o favorecimento da sua própria estrutura familiar e que o projetou como um dos heróis da expansão ultramarina portuguesa.

    AS RÉGIAS MISSÕES ULTRAMARINAS

    NO BRASIL E NA ÍNDIA

    O Rei D. João III foi o primeiro monarca europeu a conceber uma política imperial que tinha o domínio dos oceanos como paradigma principal, tendo por isso apostado na colonização do Brasil[18] . Fazendo parte do restrito círculo que rodeava o trono lusitano, Martim Afonso de Sousa cedo se perfilou como um dos intérpretes dessa vontade régia.

    O monarca português tinha assumido interesse naquele território, não só como ponto de apoio à Carreira da India, mas também como uma fonte abundante de recursos naturais, com destaque para o pau-brasil e cuja exploração económica se augurava promissora, encarada como uma fonte de receitas fundamental para os projetos que estavam a ser delineados a médio prazo.

    Atraídos pelos mesmos fatores, os franceses tinham começado a frequentar a zona, pelo que se tinham tornado numa ameaça à soberania portuguesa naquele contexto. Com o objetivo de tornar a presença portuguesa mais sólida e efetiva, seria necessário avançar com o povoamento e avaliar as potencialidades em termos de recursos.

    Entre 1530 e 1532, o Rei enviou uma esquadra comandada por Martim Afonso de Sousa para impor a autoridade da coroa lusa nas águas brasileiras. O triunfo de Sousa levou o monarca a acreditar que a costa americana estava pacificada e apostou na iniciativa privada para levar a cabo a colonização do Brasil[19]. O fidalgo, para além da alçada de capitão-mor, gozaria ainda de uma missão extraordinária que o habilitava a assumir-se como o primeiro governador do Brasil, inserido numa estratégia de relançamento da presença portuguesa na região.

    A situação era grave e a Coroa estava em risco de perder o Brasil, devido à incapacidade da maioria dos capitães para desenvolver os seus territórios como unidades políticas e económicas. Foi neste contexto que D. João III tomou uma das decisões mais importantes do seu reinado ao criar o governo-geral do Brasil, atribuindo a liderança a Martim Afonso de Sousa. O monarca reconhecia a importância crucial das terras brasileiras e decidiu complementar o esforço dos particulares com o envolvimento das forças régias. Competia ao governador zelar pelo conjunto das capitanias e usar os meios da Coroa para apoiar as zonas que enfrentassem maiores dificuldades[20].

    Vila Viçosa, o berço de Martim Afonso de Sousa e de próceres portugueses.

    Para além da entrega da capitania-mor do Brasil, que já se encontrava sob jurisdição portuguesa, seriam também incluídas aquelas que Martim Afonso viesse a descobrir e a incorporar nos domínios da Coroa portuguesa, através do assentamento de padrões. As mercês que o soberano reservou para Martim Afonso comprovam o grau de satisfação derivado do seu desempenho político e militar.

    Foi a ação deste ilustre calipolense que marcou a dinamização da exploração económica e da colonização do Brasil na sequência de vários embates vitoriosos com embarcações francesas, da introdução da cultura da cana-de-açúcar e da instalação de núcleos de povoamento em São Vicente[21].

    Neste caso concreto, era manifesto o interesse de Portugal em dominar superfícies terrestres. Depois de três décadas de mero controlo da orla costeira brasileira e de extração de pau-brasil, o Rei apostava na ocupação de grandes espaços alargando para o Atlântico Sul o sistema das capitanias-donatarias, que tinha sido o modelo adotado com sucesso para o povoamento dos arquipélagos atlânticos. Mudava a estratégia, despontava um novo paradigma imperial, mas ainda subsistia a experiência antiga e o monarca tentou aplicar o velho modelo quatrocentista ao Brasil[22].

    A missão de Martim Afonso de Sousa no Brasil foi um sucesso, já que sob sua jurisdição, a presença no local conheceu uma forte dinâmica em diversas frentes[23]:

    – Foi declarada uma caça cerrada aos franceses, com várias ofensivas navais que aumentaram a segurança das atividades comerciais portuguesas. Teve também lugar durante este período a construção de uma estrutura fortificada na baía de Guanabara.

    – Promoveu-se um amplo reconhecimento geográfico do litoral brasileiro, sobretudo nas bacias amazónica e platina. A rivalidade luso-brasileira em torno desta última motivou a instalação de padrões, recuperando uma antiga prática nacional que caucinava o direito de soberania nas áreas ultramarinas.

    – Foram avaliadas as potencialidades de exploração económica do território, quer a nível mineiro, quer a nível agrícola. Foram feitas incursões pelo sertão em busca de metais e pedras preciosas, que surtiram resultados limitados. Em termos agrícolas, foram descobertas as compatibilidades dos solos em São Vicente para a plantação de cana-de-açúcar.

    – Estabeleceram-se os núcleos primordiais da colonização portuguesa, através da fundação de duas vilas situadas na zona meridional do espaço brasileiro e da instalação de agentes de povoamento. A primeira e mais importante, a de São Vicente, foi erigida na orla marítima, na enseada do mesmo nome, tendo sido dotada de estruturas defensivas, administrativas, judiciais, religiosas e habitacionais. A de Piratininga[24] foi relegada para uma localização premeditada de relativa interioridade, no planalto que constitui a retaguarda da serra de Paranapiacaba, também designada como Serra do Mar.

    Enquanto São Vicente reunia as condições adequadas para manter a comunicação marítima e comercial com outras zonas do território sul-americano e com o Reino, a Piratininga era reservado um papel mais ambicioso, que deveria passar pela sua afirmação como plataforma de contactos e de escambos entre os colonos e as tribos índias, bem como centro propulsor do avanço português na direção da rede hidrográfica do Rio da Prata, tendo como principal objetivo o acesso a fontes de riqueza mineira[25].

    Martim Afonso de Sousa foi o responsável pela iniciativa privada no desenvolvimento do processo colonizador, ficando o poder central com o papel de fiscalizador. O Brasil apresentava boas potencialidades ao nível da exploração económica, mas com necessidade de emprego prévio de razoáveis esforços humanos e materiais, bem como a superação de alguma resistência índia mais aguerrida, cujo afrontamento se afigurava pouco prestigiante para a nobreza de linhagem.

    Foi ele o responsável pela introdução do sistema de capitanias –donatarias, estabelecendo um governo municipal e sistemas jurídicos e económicos, preparando deste modo as bases para a futura organização social colonial.

    São Vicente prosperou graças à instalação de muitos agentes de povoamento (600 indivíduos em 1548, que controlavam os destinos de 3000 escravos), à criação de quatro localidades (São Vicente, Santos, São Paulo, Itanhaem), assim como diversas sesmarias e alguns engenhos de açúcar.

    As vilas de São Vicente e de Santos em detalhe de ilustração do livro Reys-Boeck van het Rijcke Brasilien, c. 1624. Domínio público, Koninklijke Bibliotheek, Haia.

    O cronista Padre Joaquim Espanca, no final do século XIX, fazia a seguinte referência ao “mais notável Capitão Calipolense”[26]:

    Todas as vezes pois que se nomeara a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, gloriam-se os Calipolenses com a lembrança de que um irmão seu pela pátria, foi quem introduziu este nome, tão conhecido agora, por ser o primeiro explorador daquela plaga da América Austral”.

    Na sequência do périplo pelo Brasil, Martim Afonso regressa ao reino na primeira quinzena de agosto de 1533 e irá partir para Índia em 12 de março de 1534, por três anos (que na prática foram cinco}, como capitão-mor do mar, não sem ter primeiro nomeado a sua mulher, Ana Pimentel, procuradora dos seus negócios no Brasil.

    Gravura alusiva a Ana Pimentel, de autoria desconhecida.

    E é esta fidalga, dama da rainha D. Catarina, mãe de família, habituada a trabalhos delicados e rodeada de criados, que ao saber das notícias alarmantes da sua capitania de São Vicente, quase abandonada nas mãos de inábeis administradores, constantemente atacados pelas tribos locais e pelos cobiçosos homens de Carlos V, decide partir para o Brasil, para tratar, bem de perto, das terras de que era proprietária pelo casamento e como administradora[27].

    Ana Pimentel empenhou-se seriamente no desenvolvimento da sua donataria e era ela quem acompanhava as sementeiras, tendo introduzido ou desenvolvido o cultivo do trigo. Terá permanecido entre sete e nove anos à frente da donataria, sendo de destacar a sua ação também no aperfeiçoamento da cultura do arroz e a introdução da laranja[28].

    Com o apoio dos jesuítas, colonos e gente fidalga que a acompanhou nesta arrojada travessia do Atlântico, Ana Pimentel vai fazer prosperar, pouco a pouco, a vida em São Vicente. Consta mesmo que na Armada em que viajou embarcou também gado bovino – o primeiro que entrou no Brasil – e alfaias para exploração das terras, prática que foi comum na colonização portuguesa. Também terá provavelmente estado na origem da fundação do Hospital da Misericórdia.

    Relativamente a Martim Afonso de Sousa, a ascensão política do nobre calipolense foi notória e assentou na rede de influência que conseguiu constituir no topo da hierarquia portuguesa, estratégia que se revelou determinante na elevação do seu estatuto social.

    Como foi referido, na sequência da missão brasileira, Martim Afonso de Sousa foi catapultado para a segunda melhor posição da hierarquia político militar do Estado da India, o da capitania-mor. Esta nomeação ficou a dever-se aos êxitos que obtivera no Brasil. De facto, D. João III acumulou-o, em 1534, com duas capitanias de reconhecida importância (Rio de Janeiro e São Vicente) e as funções de capitão-mor do Mar da India, que o colocavam no segundo lugar da hierarquia oriental, logo depois do governador Nuno da Cunha, a quem Martim Afonso desejava substituir em breve[29].

    Fica clara a ambição de Martim Afonso de Sousa em ascender ao topo da hierarquia do Estado da India, em toda a estratégia que desenvolveu no Oriente. Aqui viveu quatro anos de consecutivas e bem-sucedidas intervenções militares que o tornaram como o oficial de maior prestígio do Estado da India[30].

    Martim Afonso de Sousa aproveitou a sua passagem pelo Estado Português da India (1534-39) para valorizar o seu currículo e a consideração que D. João III nutria por ele. Consegui-o graças a assinaláveis êxitos de natureza militar e diplomática, nomeadamente a conquista de Damão, “desbaratando quinhentos Turcos que a guarneciam”[31], o entendimento com o Sultão de Cambaia, do qual resultou o estabelecimento de uma feitoria em Diu, a tomada da ilha de Repelina, e a derrota do corsário Patemanar, um dos fiéis do Samorim de Calecute, na batalha naval junto ao cabo Comorim[32]. Bastava o eco do seu nome para intimidar os maiores Príncipes da Ásia[33].

    Em 1541, após a corte ter recebido notícias respeitantes à situação na Índia, D João III nomeou-o então governador, cargo que sempre tinha ambicionado, dando o monarca uma prova de grande confiança pessoal que nele depositava[34].

    Na sequência da decisão régia, partiu para oriente a 7 de abril de 1541 com uma esquadra, levando consigo a São Francisco Xavier, o primeiro jesuíta a partir em missão para esse contexto. O religioso foi acompanhado de mais dois membros da Companhia de Jesus, Paulo Camerte e Francisco Mansilha. A partida de São Francisco Xavier inseriu-se numa colaboração entre o Estado Português e a Companhia de Jesus para a evangelização da Índia[35].

    Martim Afonso de Sousa era, segundo São Francisco Xavier, muito conhecido e estimado pelos Reis da Índia[36], assumindo-se por esse motivo como um aliado precioso para a evangelização do território. O seu conhecimento sobre a realidade da Índia seria fundamental para a estratégia da Companhia de Jesus.

    A sua ação política do novo governador na Índia, que durou até 1545, aumentou consideravelmente a sua fortuna pessoal, bem como serviu para favorecer os seus familiares que serviam no Oriente, proporcionando-lhes rentáveis viagens e cargos de natureza administrativa e militar, o que suscitou o envio de queixas para D. João III[37].

    No entanto, o seu estatuto social e político era bastante relevante e continuou a exercer influência na corte de Lisboa, tendo-se afirmado como um dos principais conselheiros da Rainha D. Catarina, durante a menoridade do futuro Rei D. Sebastião[38].

    Ignora-se a data exata da morte de Martim Afonso de Sousa, que terá ocorrido depois de 1570. Uma das provas que confirma este facto é um alvará que consta da chancelaria da Ordem de Cristo, com data de 6 de junho de 1570, em que lhe concedia uma tença de 90000 reais em consequência da quebra que tivera na compra de Sta. Maria de Mascarenhas[39].

    Este conjunto de informações aqui disponibilizadas permitem perceber a importância política de Martim Afonso de Sousa e o seu papel na consolidação da presença portuguesa no Brasil e no Oriente. Este calipolense foi um ilustre pioneiro no processo de globalização fomentado pelos portugueses e a sua imagem pode e deve ser reabilitada, a partir da terra onde nasceu, em estreita ligação com o Brasil.

    Deve ser destacado o facto de Martim Afonso de Sousa se ter notabilizado enquanto estratega político e militar, cumprindo ordens reais, quer no contexto brasileiro, quer no contexto asiático, o que comprova a sua sólida preparação, versatilidade, empreendedorismo e ação diplomática.

    São Vicente, vila fundada por Martim Afonso de Sousa, berço da civilização brasileira.

    A capacidade de liderança demonstrada em situações adversas e em ambientes hostis, nomeadamente na Índia, converteram o seu nome numa lenda, como consequência dos feitos políticos e militares alcançados, tornando-o numa referência incontornável da história da expansão portuguesa.

    PROPOSTA

    Tendo em conta a importância deste notável calipolense e o facto de muitas vezes, o seu nome não estar conotado com localidade portuguesa, teve como consequência a necessidade de proceder a um estudo mais detalhado sobre aspetos relevantes na vida política do século XVI, em que Martim Afonso de Sousa foi protagonista.

    Seria muito interessante desenvolver um projeto cultural que tivesse como objetivo fundamental associar, no Brasil, o nome de Martim Afonso de Sousa a Vila Viçosa e dar a conhecer, através de uma parceria transatlântica, o seu percurso, de forma rigorosa e detalhada.

    Sobre esta matéria, foi criado em 2014 um grupo de trabalho em Vila Viçosa, que tem vindo a recolher documentação sobre a figura de Martim Afonso de Sousa, através do estabelecimento de contactos com diversas instituições locais e internacionais. Foi estabelecida uma plataforma de diálogo sobre os meios para aprofundar esta ideia e está a ser definida uma estratégia para a sua exequibilidade. Encontrar os parceiros para este desiderato será a etapa seguinte.

    Através de protocolos a criar entre instituições portuguesas com a Universidade do Rio de Janeiro, o Instituto Bonifácio e a cidade de São Vicente, penso que seria importante implementar e dinamizar formas de diálogo, de modo a promover iniciativas de carácter cultural, tais como conferências, workshops ou exposições temáticas, estimulando, desta forma o intercâmbio de ideias e de projetos entre Portugal e o Brasil, relativamente a esta temática.

    Numa primeira fase, seria interessante avançar com a criação de uma página nas redes sociais, com imagens de Vila Viçosa, onde fosse efetuada, de forma clara e objetiva, a ligação entre Martim Afonso de Sousa a este território através de uma chancela institucional, da Câmara Municipal de Vila Viçosa, da Fundação da Casa de Bragança e do Instituto Bonifácio.

    A realização de um vídeo promocional com a colaboração do Agrupamento de Escolas de Vila Viçosa, a ser difundido na Internet (youtube, facebook, twitter, etc.) poderia permitir uma ampla divulgação do nome de Vila Viçosa, com o contributo de colaboradores do lado brasileiro, nomeadamente da Casa-Museu Martim Afonso de Sousa (em São Vicente, onde já foi efetuado um projeto semelhante), da Prefeitura de São Vicente e da Universidade do Rio de Janeiro. O envolvimento das comunidades e do público escolar será determinante no desenvolvimento desta iniciativa, através de uma projeto educativo que assente em critérios pedagógicos de qualidade e que tenham como objetivo aprofundar o conhecimento desta importante figura da História de Portugal e do Brasil.

    Criar um circuito turístico específico sobre Martim Afonso de Sousa, vocacionado para o público brasileiro, através de uma estratégia de marketing bem fundamentada, poderia ter um impacto muito positivo no futuro turístico de Vila Viçosa e de São Vicente. Muitos turistas brasileiros que nos visitam desconhecem de todo esta ligação entre ambos os países. E o mesmo se pode aplicar em relação aos turistas portugueses que visitam o Brasil.

    Estimular, nas escolas e universidades de Portugal e do Brasil, o desenvolvimento de trabalhos académicos sobre a vida e o percurso de Martim Afonso de Sousa e Ana Pimentel seria outro dos desafios a encarar, tendo em consideração que parte das suas vidas continua a ser um mistério. Ainda há muito para descobrir.

    A edição de um livro sobre a vida e obra de Martim Afonso de Sousa e a ligação ao Brasil é outro dos vértices que se pretende dinamizar, em conjugação com um documentário sobre os episódios mais relevantes da sua vida política, social e militar.

    Bibliografia consultada:

    BOLÉO. Maria Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. 97, 2018

    COSTA, João Paulo Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História da Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014

    ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35, Câmara Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992.

    MACHADO, Diogo Barbosa, s.v. «Martim Affonso de Sousa», in Bibliotheca Lusitana…, vol. III, Coimbra, Atlântica Editora, 1966, p. 434

    MATOS, Luís de, A Corte Literária dos Duques de Bragança no Renascimento, Fundação da Casa de Bragança, 1956.

    PELÚCIA, Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001.

    PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007.

    SCHURAMMER, P. Georg, As viagens de São Francisco Xavier e os conhecimentos geográficos do seu tempo, Arqueologia e História, Volume VII, 1829, p. 92.


    [1] Algumas teses apontam a data de nascimento para o ano de 1490, não havendo uma informação exata sobre este tema.

    [2] ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 20

    [3] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 62

    [4] ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 20

    [5] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 82

    [6] PELÚCIA, Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.76

    [7] MATOS, Luís de, A Corte Literária dos Duques de Bragança no Renascimento, FunRita dação da Casa de Bragança, 1956 pp. 13-25

    [8] MATOS, Luís de, A Corte Literária dos Duques de Bragança no Renascimento, Fundação da Casa de Bragança, 1956, pp 13-25

    [9] MACHADO, Diogo Barbosa, s.v. «Martim Affonso de Sousa», in Bibliotheca Lusitana…, vol. III, Coimbra, Atlântica Editora, 1966, p. 434

    [10] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 87

    [11] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 87

    [12] Idem

    [13] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 88

    [14] Senhor de Avedilho, Comendador de Elches e Estriana, e Regedor de Salamanca e Talavera, em Espanha.

    [15] BOLÉO. Maria Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. 97, 2018, p 147

    [16] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 353

    [17] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007

    [18] COSTA, João Paulo Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História da Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014, p. 130

    [19] COSTA, João Paulo Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História da Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014, página 135

    [20] COSTA, João Paulo Oliveira e; RODRIGUES, José Damião; OLIVEIRA, Pedro Aires, História da Expansão e do Império Português, Esfera dos Livros, Lisboa, 2014, p. 135

    [21] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 140

    [22] Idem

    [23] PELÚCIA, Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77

    [24] Piratininga constituiu-se como povoado que foi uma espécie de prefácio da atual cidade de  São Paulo. São Paulo foi um prolongamento, uma continuação do burgo de Martim Afonso. Depois de ter fundado S. Vicente, o fidalgo português subiu ao planalto e constituiu, entre os índios que se situavam às margens do Tietê, no local onde hoje se acha o Bom Retiro, a povoação de Piratininga.

    [25] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 171

    [26] ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 20

    [27] BOLÉO. Maria Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. 97, 2018, p. 152

    [28] BOLÉO. Maria Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. 97, 2018, p. 153

    [29] PELÚCIA, Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77

    [30] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p. 188

    [31] ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 21

    [32] PELÚCIA, Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77

    [33] ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, caderno 35., Câmara Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992, p. 21

    [34] PELÚCIA, Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.77

    [35] CORREIA, Pedro Lage Reis, O conceito de missionação de São Francisco Xavier: alguns aspectos da sua ação missionária na Índia (1542-1545), LUSITANIA SACRA. 2″ série. 8/9 (1996-1997), p. 566

    [36] SCHURAMMER, P. Georg, As viagens de São Francisco Xavier e os conhecimentos geográficos do seu tempo, Arqueologia e História, Volume VII, 1829, p. 92

    [37] PELÚCIA, Alexandra, Martim Afonso de Sousa e a sua Linhagem: A elite dirigente do Império Português nos Reinados de D. João III e D. Sebastião. Dissertação de Doutoramento em História – Especialidade em História dos Descobrimentos Portugueses e da Expansão Portuguesa, Faculdade de Ciência Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2007, p.268

    [38] PELÚCIA, Alexandra, A Figura e a Obra de Martim Afonso de Sousa, Revista de Cultura Callipole, nº 9, Câmara Municipal de Vila Viçosa, 2001, p.76

    [39]BOLÉO. Maria Luísa Viana de Paiva, Ana Pimentel, a primeira mulher à frente de uma capitania no Brasil, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. 97, 2018, p 155.

    Tiago Salgueiro é licenciado em Antropologia pela Faculdade de ciências sociais e humanas da Universidade Nova de Lisboa e mestre e Museologia pela Universidade de Évora . Investigador de história local em Vila Viçosa. Técnico superior no Museu biblioteca da Casa de Bragança desde 2006.

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    6 COMENTÁRIOS

    1. Um dos maiores corruptos que a corte real portuguesa já teve!!!Ou melhor ladrão mesmo, mais um politico sendo politico!!!
      O mais engraçado é pintarem esses palhaços como heroís!!!

    2. Agradeço os vossos comentários e as vossas opiniões! Foi para mim uma honra colaborar com esta iniciativa e espero que o resultado tenha sido do vosso agrado. Martim Afonso de Sousa é, de facto uma personagem muito peculiar, que teve uma vida bastante preenchida!

    3. Artigo muito interessante e bem elaborado, que mostra bem a grandeza de Martim Afonso de Sousa e que merece ser recordado como figura marcante da história de Portugal e do Brasil.
      O artigo, com o nivel de detalhe e informação que contém reflecte também a capacidade e qualidade de investigação do seu autor. Parabéns ao Tiago!

    4. Mas um grande texto do Tiago, que tem vindo a investigar e divulgar a rica história de Vila Viçosa de forma notável.

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