Segundo dados divulgados pelo IBGE no mês de maio, o PIB do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025. Foi o melhor crescimento no primeiro trimestre de 2025 em um ranking de 49 países. À frente do Brasil só Irlanda (3,2%), Islândia (2,7%), Hong Kong (1,9%) e Taiwan (1,8%). Atrás do Brasil ficaram China (1,2%), Turquia (1,0%), Arábia Saudita (0,9%), Chile (0,7%), Reino Unido (0,7%), Alemanha (0,4%), Itália (0,3%), México (0,2%) e França (0,1%), Estados Unidos (-0,2%) e Japão (-0,2%). O Brasil deve se manter como a 10ª economia do mundo.
A agropecuária com um crescimento de 12,2% no primeiro trimestre foi a principal responsável pelo crescimento do PIB. O setor de serviços contribui com um crescimento de 0,3% e a indústria apresentou um recuo de 0,1%. Segundo o IBGE a agropecuária respondeu por ¼ do crescimento do PIB. O Brasil deve ter safra recorde neste ano. O IBGE projeta 328,4 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2025.
O PIB tanto pode ser medido pela ótica da oferta, conforme os dados acima, quanto pela ótica da demanda que considera o consumo, os investimentos e as exportações. Visto por esse critério, o consumo das famílias cresceu 1,0% no primeiro trimestre e o consumo do governo 0,1%. O principal responsável pelo crescimento foram os investimentos. A formação bruta de capital fixo (FBCF) aumentou 3,1% no primeiro trimestre. A exportações cresceram 2,9% e as importações 5,9%. No primeiro trimestre a taxa de investimento foi de 17,8% do PIB contra 16,3% no mesmo período do ano anterior.
A avaliação dos analistas é que o PIB deve perder força daqui para frente por causa da dissipação do efeito da agropecuária na economia, em geral concentrado no início do ano e pelo aumento da taxa básica de juros (Selic) que o Banco Central elevou de 14,25% para 14,75% na última reunião do Comitê de Política Monetária no início de maio. Desse modo, a avaliação é que o crescimento do PIB para todo o ano de 2025 deve ficar entre 2,0% e 2,5%.
A meta de inflação para este ano é de 3,0% com uma tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. Segundo do Boletim Focus do Banco Central, o IPCA deve ficar em 5,5% em 2025 e 4,5% em 2026, o que indica que a taxa de juros deve permanecer elevada por um longo período. Isso é particularmente prejudicial para a indústria cujo desempenho está sendo decepcionante neste ano depois de ter crescido 3,3% em 2024. Acrescente-se que o setor mais prejudicado pela guerra comercial de Trump também será a indústria, cujas exportações estão particularmente voltadas para o mercado norte-americano. É preciso considerar, contudo, que isso não é problema que vem de hoje. A participação da indústria no PIB, que já foi superior a 30% na década de 1980, caiu para 10% no ano passado.
A agropecuária, por seu turno, é o setor mais moderno da economia brasileira graças a muita pesquisa e investimentos feitos ao longo das últimas décadas, com o apoio decisivo de uma empresa estatal, a EMBRAPA, que vem permitindo ao país colher de 2 a 3 safras por ano.