Indústria segue com atividade fraca e preocupação com baixo consumo cresce

Sad businessman standing near sales chart.

Agência Estado

A indústria brasileira segue com baixa atividade e alta ociosidade. Dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados nesta tarde de segunda-feira, 22, mostram que a produção industrial em junho caiu na comparação com maio, registrando o índice de evolução em 43,4 pontos, e que a Utilização da Capacidade instalada (UCI) recuou um ponto porcentual no mês, para 66%, valor idêntico ao observado em 2018.

A CNI explica que o índice de evolução da atividade costuma mesmo ficar abaixo dos 50 pontos no mês de junho, porém o indicador é o menor para o mês dos últimos quatro anos, superando somente os de anos de crise mais aguda, em 2014 e 2015 Sobre a ociosidade, a entidade reforça que atividade segue muito abaixo do usual. O índice de UCI efetiva em relação ao usual registrou queda de 3,9 pontos, ficando em 39 pontos. “Este é o pior nível do índice desde maio de 2018, quando ocorreu a paralisação dos caminhoneiros”, ou, sem considerar a greve, desde abril de 2017.

O fraco desempenho do setor está relacionado, segundo a CNI, a três preocupações centrais: o baixo consumo, o excesso de estoques e a difícil situação financeira das empresas. De acordo com a entidade, a preocupação dos empresários com a falta de demanda não para de crescer e é o segundo principal obstáculo da indústria, atrás apenas da elevada carga tributária. A demanda interna insuficiente foi citada na pesquisa por 41,1% das empresas como um dos principais problemas enfrentados pelo setor no segundo trimestre deste ano. “A preocupação com a falta de demanda desestimula os empresários a aumentar a produção, fazer investimentos e criar empregos, o que dificulta ainda mais a recuperação da economia”, diz o economista da CNI Marcelo Azevedo.

Na lista de preocupações do industrial, ainda estão a falta de demanda no mercado externo, que está ganhando importância, segundo a CNI; a falta ou o alto custo da matéria-prima; e dificuldades de acesso ao crédito.

Apesar das dificuldades, mostra a sondagem, as perspectivas do empresariado são otimistas. Os índices de expectativas continuam acima dos 50 pontos, revelando que os empresários esperam aumento da demanda, das compras de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses.

Confiança da indústria cai 1,7 ponto em julho ante junho, diz prévia da FGV

Daniela Amorim / Agência Estado

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de julho teve um recuo de 1,7 ponto em relação ao resultado fechado de junho, para 94,0 pontos, informou nesta segunda-feira, 22, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Houve piora tanto na percepção dos empresários em relação à situação atual quanto nas perspectivas futuras dos negócios. O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 2,5 pontos, para 94,1 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) encolheu 0,9 ponto, para 93,9 pontos, o menor patamar desde julho de 2017.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria indicou uma alta de 0,6 ponto porcentual em relação ao patamar de junho, passando de 75,0% para 75,6% em julho.

A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 784 empresas entre os dias 1º e 18 de julho. O resultado final da pesquisa será divulgado no próximo dia 29.

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