O Brasil deve ter crescimento de 3,1% em 2023 aponta o último relatório Panorama Econômico Mundial do FMI. Apesar do quadro internacional adverso, agora agravado com guerra entre Israel e Hamas, a melhora nas perspectivas de crescimento reflete o aumento da confiança dos empresários com a economia brasileira. Contribuem para isso desde avanços institucionais, como a aprovação da reforma tributária que, por si só, apontam estudos, tem potencial de elevar o crescimento da economia em mais de 2% ao ano nos próximos dez anos, até o aumento da renda disponível das famílias que vem sustentando o consumo.
Conforme noticiou o jornal Valor Econômico (17/10), segundo o Banco Central, “a Renda Nacional Disponível Bruta das Famílias (RNDBF) em sua versão restrita cresceu 7,7% em termos reais no trimestre móvel até agosto em comparação com o mesmo período do ano passado, 7,9% no acumulado do ano e 9,1% em 12 meses. O levantamento do BC no conceito restrito engloba a remuneração do trabalho, benefícios previdenciários e transferências de programas sociais; desconsidera outras fontes como aluguéis e aplicações financeiras; e ainda desconta os impostos.”
Ainda segundo o jornal, “A mais recente Pnad Contínua, do IBGE, que calcula o ganho obtido exclusivamente do trabalho, apurou que a renda média dos trabalhadores aumentou 1,1% no trimestre móvel terminado em agosto em comparação com o encerrado em maio, e 4,6% em relação ao mesmo período de 2022. Já a massa de rendimentos real habitualmente recebida por pessoas ocupadas (em todos os trabalhos) cresceu 2,4% ante o trimestre anterior e atingiu novo recorde, de R$ 288,9 bilhões, o maior valor da história em termos reais. Frente a igual período de 2022, houve alta de 5,5%”.
Entre as razões para a melhora da renda destacam-se o dinamismo do mercado de trabalho, a queda de preços de alimentos e os programas de transferência de renda, que apoiam o consumo. A taxa de desemprego caiu para 7,8% no trimestre terminado em agosto, o menor patamar desde fevereiro de 2015. Os programas de transferência de renda são outro fator. O governo Lula revisou e elevou o valor distribuído pelo Bolsa Família. Conforme informa a mencionada matéria, “Segundo a LCA Consultoria, em agosto, 21,1 milhões de famílias eram beneficiadas pelo programa com uma média de R$ 675 por família, valor que supera o piso em vista dos adicionais concedidos por criança na família, totalizando R$ 14 bilhões. Em 2019, eram 13,8 milhões de famílias beneficiadas, com uma média R$ 240 mensais. O programa hoje se aproxima de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e chega perto de 3% incluindo o Benefício de Prestação Continuada (BPC).” Ainda segundo o jornal “um ponto negativo nesse quadro é a inadimplência elevada, que neutraliza parte do benefício do aumento da renda. A inadimplência da pessoa física atingiu o pico de 4,3% em maio e foi de 4,1% em agosto, de acordo com o BC”.