O pré-sal foi decisivo para o Brasil se tornar exportador de petróleo, embora ainda dependa de importações de derivados. Em 15 anos de operação, o pré-sal produziu 5,5 bilhões de barris. O volume corresponde a cerca de 25% dos 23 bilhões de barris extraídos desde que o Brasil começou a produzir a commoditie, em 1941. Graças ao pré-sal, a Petrobrás é hoje uma das líderes mundiais no desenvolvimento de tecnologia para exploração de petróleo em águas profundas.
Nesses quinze anos de operação, extraindo petróleo em águas profundas, onde o leito marinho está a 3.000 metros de profundidade, além de onde as sondas precisam perfurar cerca de 5 mil metros de rocha ou mais, incluindo a camada de sal, até atingir o reservatório de petróleo, a Petrobrás não registrou nenhum acidente ambiental grave, em suas 56 plataformas em operação, o que mostra como é absurda a decisão do Ibama de negar a licença ambiental para furar um único poço para a prospecção de petróleo na Margem Equatorial no litoral do Amapá.
A previsão da Petrobras é de incorporar, até 2027, mais 14 plataformas flutuantes, sendo 11 no pré-sal. As novas plataformas a entrar em operação serão elétricas, o que permitirá a produção do petróleo sem a geração de gases de efeito estufa. A importância do pré-sal para a economia brasileira pode ser medida pela participação da indústria extrativa, do qual o pré-sal faz parte, no PIB brasileiro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria extrativa, onde se enquadra o segmento de óleo e gás, aumentou a participação no Produto Interno Bruto (PIB) de 1,4%, em 2000, para 5,4% em 2022.
Segundo matéria do jornal Valor Econômico (18/9), “A Pré-Sal Petróleo (PPSA) estima que a União vai receber cerca de US$ 344 bilhões em recursos dos contratos de partilha até 2031, sendo US$ 157 bilhões com a comercialização do óleo do pré-sal, US$ 100 bilhões em royalties e US$ 87 bilhões em tributos”. Segundo a mesma matéria, o atual custo de extração de petróleo está um pouco acima de US$ 2/barril, 10% do que era estimado no passado. A cotação do petróleo para viabilizar projetos de exploração, o chamado “break-even”, era de US$ 65 quando o pré-sal foi descoberto, ao passo que hoje existem projetos com custo e viabilidade abaixo de US$ 30, resultado das evoluções verificadas ao longo dos anos”.
Graças ao pré-sal, em 2021, a produção brasileira de petróleo representava 3,3% do total de petróleo produzido no mundo, a maior fatia entre os países das Américas do Sul e Central. O pré-sal responde por mais de um terço da produção de petróleo da América Latina. O Brasil deve atingir o pico na produção do pré-sal, por volta de 2030, antes de começar a ver o declínio da região a partir de então.
Segundo o jornal Valor Econômico (18/9), “A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta que o auge no pré-sal será atingido no fim desta década, quando a região vai produzir 4,3 milhões de barris de petróleo por dia. O volume, se confirmado, representará aumento de quase 80% sobre os 2,4 milhões de barris diários previstos, em média, para este ano. A partir de 2031, a previsão da EPE é que o volume comece a cair. Em 2032, o patamar de produção já poderá ter recuado para 4 milhões de barris por dia”. Entre a descoberta de uma jazida e a efetiva produção são necessários entre seis e dez anos para o desenvolvimento do campo. Isso significa que é importante a incorporação de novas áreas para manter o nível de proteção de petróleo quando o pré-sal começar a se esgotar. Daí a relevância da prospecção da Margem Equatorial.