A Seção Brasilidades do Portal Bonifácio celebra, neste 15 de novembro, os 135 anos da Proclamação da República, movimento civil e militar liderado pelo Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, herói da Guerra do Paraguai, e que teve também como protagonistas militares outro herói dos campos de batalha, o Marechal Floriano Peixoto, e o líder positivista Benjamin Constant. Entre os civis destacaram-se como próceres Quintino Bocaiuva, Ruy Barbosa e Campos Sales. A República nasceu como aspiração de setores médios da sociedade e do Exército e como consequência do declínio do Império e da crise sucessória representada pela saúde abalada do Imperador Dom Pedro II.
POR UMA GENUÍNA REPÚBLICA DO POVO
De Roma, VI a. C. a Brasília, 2024 d. C. Da original Res Publica à atual República, a “coisa do povo” passou por muitas mãos; más e boas mãos, quase nunca pelas mãos do povo. De presidencialista a parlamentarista, as repúblicas grassam no mundo quase sempre para manipular o povo como massa de manobra a sustentar caudilhos. No Brasil não foi diferente. Velhas ou novas repúblicas; quase nada mudou para o povo. Domínio das oligarquias, desigualdade social, autoritarismo, revoltas populares… Minha mãe já dizia um velho ditado de suas origens portuguesas: “Só muda o cavaleiro mas o relho de bater é sempre o mesmo.” Venho de um tempo em que ainda existia a velha república: o final da quarta república, passando pela ditadura militar e caminhando pela nova república. Pouco mudou com relação à essência da república que seria o povo no poder colocando a coisa pública a seu serviço. Certo está que, com a constituição cidadã de 1988, passamos a nos apoiar numa democracia, até hoje em construção, apesar dos percalços nessa trajetória. Mas a representação popular foi e está mantida indiretamente por um congresso autocrático pouco afeito às mudanças necessárias dos novos tempos contrapondo-lhes privilégios e benesses advindos do poder que o povo lhes emanou. Alguns avanços, sim, ocorrem, mas pelas ações, embora tímidas, do povo nas ruas em esporádicos momentos de máxima revolta. Nossa geração, que passou pelos fatídicos anos 60/70, carrega as marcas indeléveis da luta pelas liberdades democráticas; luta essa que ceifou a vida de muita gente que se alinhou ao ideal por uma autêntica república. Porém, pelo Brasil, vale a pena continuar lutando. Conscientizar o povo que só a união fará do Brasil uma grande nação. Por uma genuína república do povo!