O que ler para conhecer o Brasil

Gilberto Freyre, nascido em Recife em 1900, sociólogo, antropólogo, escritor, pintor, foi o maior intérprete do Brasil. Ninguém revelou o Brasil ao Brasil com a força e a profundidade de seus ensaios. Casa Grande & Senzala, seu principal livro, tem o poder de uma profecia com rigor científico e apurado estilo literário.

Casa Grande & Senzala foi publicado em 1933, ano da ascensão do nazismo na Alemanha. Aqui Gilberto Freyre demolia com sua obra as teorias racistas que condenavam o Brasil ao fracasso. Para ele, o povo formado pela herança europeia, indígena e africana estava destinado a uma civilização mestiça, criativa a apta a superar desafios e adversidades. Era o Brasil visto com otimismo e confiança.

Seu outro grande ensaio, Sobrados e Mucambos, recebeu inédito elogio do crítico Otto Maria Carpeaux. Carpeaux conta que nos anos 40, austríaco exilado no Brasil, sem trabalho e sem dinheiro, pensava em suicídio. Foi a um sebo vender os últimos exemplares dos livros que trouxera da Europa e pediu ao livreiro um livro em português: era Sobrados e Mucambos. A leitura da obra de Freyre devolveu-lhe a vontade de viver e despertou admiração e paixão pelo estilo literário do escritor pernambucano.

Hoje, quando teorias racialistas importadas da Europa e da América investem para dividir o Brasil em uma sociedade bi racial, a obra de Freyre surge como um antídoto poderoso contra o racismo de todas as origens, e oração de confiança inabalável no Brasil e no povo brasileiro.

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