Renata Agostini / Agência Estado
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) comemorou a conclusão do
acordo entre Mercosul e União Europeia nesta sexta-feira, 28. Para a
entidade, trata-se do mais importante acordo de livre comércio já
firmado pelo Brasil. Afinal, Mercosul e União Europeia formarão uma área
de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em Produto Interno Bruto
(PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas, segundo dados da CNI.
Em nota, o presidente da CNI, Robson Andrade, afirmou que o acordo pode
representar o “passaporte para o Brasil entrar na liga das grandes
economias do comércio internacional”.
“Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas
europeias, ao mesmo tempo em que abre o mercado brasileiro para produtos
e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das
reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo
assim as empresas devem começar a se adaptar à nova realidade”, disse
Andrade.
De acordo com a nota, o acordo reduz, por exemplo, de 17% para zero as
tarifas de importação de produtos brasileiros como calçados e aumenta a
competitividade de bens industriais em setores como têxtil, químicos,
autopeças, madeireiro e aeronáutico.
Exportações
Estudo feito pela CNI indicou que, dos 1.101 produtos que o Brasil tem
condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam hoje tarifas
de importação ou cotas.
No ano passado, o Brasil exportou para a União Europeia US$ 42,1 bilhões
em produtos. Juntos, os países do bloco representam o segundo maior
mercado para bens brasileiros no mundo, perdendo apenas para a China.
O acordo, que envolve 90% do comércio entre os blocos, tem potencial
para elevar essas vendas. Do lado europeu, a maior parte das tarifas de
importação será zerada nos primeiros anos. O Mercosul terá mais tempo
para promover a abertura: em alguns casos, haverá prazo de mais de uma
década para que as alíquotas sejam eliminadas.
A CNI pontuou que, assim que for ratificado, os produtos nacionais
passarão a ter acesso preferencial a 25% do comércio do mundo com
isenção ou redução do imposto de importação. Um importante passo para a
abertura comercial do País. Atualmente, eles só entram, nessas
condições, em 8% dos mercados internacionais.