Eduardo Rodrigues / Agência Estado
A economia brasileira pode estar de fato em recessão técnica, na
avaliação da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. De acordo
com o Relatório de Acompanha Fiscal (RAF) divulgado pelo órgão, o
comportamento dos indicadores de alta frequência já divulgados no
segundo trimestre do ano indica a possibilidade de nova contração do
Produto Interno Bruto (PIB) no período.
“A produção industrial segue constrangida pelas incertezas e pela fraca
demanda externa, enquanto indicadores de confiança indicam pessimismo de
consumidores e empresários, especialmente com as condições futuras da
economia”, destaca o documento.
A economia brasileira retraiu 0,2% no primeiro trimestre de 2019, frente
aos três meses anteriores. Um novo recuo da atividade entre abril e
junho significaria que o País entrou de fato na chamada recessão
técnica.
O relatório aponta que os indicadores do segundo trimestre exibem
comportamento de contração da atividade, no caso da indústria, ou de
desaceleração, no caso das vendas no varejo ou o consumo de serviços.
Além disso, a evolução recente da confiança de consumidores e
empresários da indústria de transformação apontaria um momento não muito
favorável para a atividade.
“Não à toa, desde o início de abril, as expectativas de mercado para a
variação do PIB em 2019, captadas pelo Boletim Focus, do Banco Central,
registram piora adicional. Igualmente relevante é a revisão para baixo
do consenso de mercado quanto ao crescimento da economia em 2020,
movimento iniciado em junho”, acrescenta a IFI.
A expectativa de alta para PIB em 2019 passou de 0,82% para 0,81%,
conforme o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira
pelo Banco Central. Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão
de alta do PIB de 2,20% para 2,10%