China suspende venda dos portos do Canal do Panamá para fundo norte-americano

    (Foto: www.opovo.com.br)

    Frente à ameaça do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump de tomar o canal do Panamá pela força, porque, na opinião dele, o governo panamenho havia cedido o seu controle para a China em prejuízo dos interesses norte-americanos, a empresa de Hong Kong  CK Hutchison, que opera dois portos, um em cada lado do canal, havia concordado em vender seu controle para investidores norte-americanos liderados pelo fundo de investimento Black Roch, que controla US$ 11,6 trilhões de ativos em todo o mundo.

    Embora se tratasse de uma alegação infundada do presidente norte-americano, pois o Panamá tem o controle do canal, e a empresa chinesa apenas opera dois portos, um em cada lado dessa importante passagem marítima, a empresa chinesa concordou com a venda, provavelmente pressionada pelo próprio governo do Panamá. A operação envolvia na verdade não apenas a transferência do controle dos dois portos nas extremidades do canal aos investidores norte-americanos, mas todos os 43 portos de contêineres operados pela empresa chinesa em todo o mundo, compreendendo 199 ancoradouros em 23 países.

    O caso, entretanto, aparentemente teve uma reviravolta. Conforme noticiou a CNN Brasil[1] , a China suspendeu a venda dos portos aos investidores norte-americanos. Conforme informou o site, “Os órgãos reguladores antitruste chineses estão investigando o acordo de um consórcio norte-americano para dois portos na zona do Canal do Panamá, atrasando supostamente o fechamento do acordo, originalmente marcado para a próxima semana”.

    Conforme informou o site em 29/3/2025, “a Administração Estatal de Regulamentação do Mercado da China, o principal órgão regulador do mercado, disse em resposta a uma pergunta feita pelo jornal estatal Ta Kung Pao que havia iniciado uma investigação sobre o negócio “de acordo com a lei para proteger a concorrência justa no mercado e salvaguardar o interesse público”. A mesma declaração foi republicada na sexta-feira no site do Escritório de Assuntos de Hong Kong e Macau da China. Após esse anúncio, a CK Hutchinson decidiu que “não haverá uma assinatura oficial do acordo dos dois portos do Panamá na próxima semana”, como destaca um relatório do South China Morning Post, citando uma fonte próxima à empresa de Hong Kong”.


    [1] https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/china-suspende-venda-dos-portos-do-canal-do-panama/#goog-rewarded

    Luís Antonio Paulino
    Luís Antônio Paulino é professor doutor associado da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e membro da equipe de colaboradores do portal “Bonifácio”.

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