Victor Rezende / Agencia Estado
Após uma reunião que durou aproximadamente duas horas, o presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump e o presidente da China, Xi Jinping,
anunciaram uma nova trégua na guerra comercial travada entre as duas
maiores economias do mundo e apontaram para a continuidade das
negociações comerciais entre os dois países. “As negociações estão de
volta aos trilhos. Tivemos uma reunião muito boa com o presidente Xi. Eu
diria excelente até”, disse Trump a repórteres após o encontro com o
líder chinês, que ocorreu em Osaka, Japão, às margens da reunião de
cúpula do G20.
Os EUA ameaçavam impor tarifas de 25% sobre US$ 300 bilhões em produtos
chineses que ainda não sofriam com barreiras comerciais americanas. Caso
as tarifas fossem impostas, praticamente todos os bens chineses
importados pelos EUA seriam penalizados com tarifas. De acordo com a
agência de notícias chinesa Xinhua, Trump concordou em não impor
as tarifas adicionais e os dois lados se mostraram dispostos em
reiniciar as negociações comerciais com base na “igualdade e respeito”.
Além da retomada das conversas, Trump disse ter permitido que a gigante
chinesa de telecomunicações Huawei pudesse voltar a comprar produtos
americanos. De acordo com ele, as questões relativos à empresa serão
resolvidas no fim das negociações comerciais. Ele apontou, ainda, que a
prisão da diretora-financeira da Huawei, Meng Wanzhou, não foi discutida
em seu encontro com Xi Jinping. Em troca da trégua tarifária e das
concessões à Huawei, Trump disse que os chineses comprarão ainda mais
produtos agrícolas americanos. “Eles vão comprar tremendas quantidades
de alimentos”, comentou o americano.
Quanto às novas negociações sino-americanas, o presidente dos EUA disse
que o trabalho com a China começará “de onde paramos” com a finalidade
de que um acordo entre as duas partes seja alcançado. “Eu não estou com
pressa”, afirmou Trump durante coletiva de imprensa. Ele apontou, ainda,
que seu governo fará reuniões em breve sobre como lidar com a Huawei,
que está em uma lista de empresas que não podem receber tecnologia de
origem americana sem a aprovação da Casa Branca. “Estamos falando de
equipamentos, onde não há um grande problema de emergência nacional”,
disse Trump.