Em uma sociedade tão dividida e rachada por mazelas sociais, o principal problema não são as questões de raça, sexo ou gênero. Segundo o IBGE, em 2017, 54,8 milhões de brasileiros, ou 26,5% da população, estavam na linha de pobreza, mal sobrevivendo com R$ 406 por mês (US$ 5,50, que é o valor de referência do Banco Mundial). E, um degrau de miséria abaixo, outros 15,3 milhões (7,4 do total) vegetavam com “renda” de R$ 140 mensais, o que, no critério do Banco, os deixa na “extrema pobreza” – sem condições mínimas para almejarem uma identidade plena de seres humanos.