As suspeitas começam a cercar Greta Thunberg, que comoveu o mundo depois de se manifestar diante da Câmara Municipal de Estocolmo em protesto contra as alterações climáticas. Desde os lóbis das energias renováveis até ao livro que a sua mãe, vegana repentina, colocou à venda em apenas sete dias, esta jovem sueca está a ser vista com outro olhar.
Depois de ter cruzado o Oceano Atlântico a bordo de um veleiro – de forma a não deixar rasto de carbono – que durou 14 dias, para participar na cimeira da ONU sobre as alterações climáticas, Greta Thunberg está agora a ser apontada por ocultar toda a verdade sobre o lucro que ela e a sua família auferem por parte de empresas com interesses económicos.
De acordo com a imprensa internacional, estão a ser reveladas ligações entre a campanha ambiental de Greta com um complexo sistema de multinacionais ecológicas, liderado pelo magnata sueco Ingmar Rentzhog.
Nos últimos dias, muitos se perguntam se a jovem ativista não estará a ser utilizada como marioneta pelos lóbis e empresas que financiam a sua rebelião contra as alterações climáticas.
A luta da jovem sueca começou em agosto do ano passado, quando começou a faltar às aulas, às sextas-feiras, para se posicionar em frente ao Parlamento sueco com um cartaz e a frase “Greve escolar pelo clima”.
A sua audácia encheu manchetes de jornais e muitos apontaram-na como candidata ao Prémio Nobel da Paz. Porém, ninguém imaginaria que a façanha de Greta havia sido coordenada com bastante tempo de antecedência por Rentzhog e por Bo Thoren, outro ativista e líder de um movimento contra a utilização de combustíveis fósseis. Quem o diz é a jornalista Justin Rowlatt numa longa reportagem que publicou no The Times. Também de acordo com a correspondente sobre o meio-ambiente da BBC, Thoren procurava há algum tempo rostos novos para as suas campanhas ecológicas e foi dele que partiu a ideia da greve escolar a nível mundial, como aquela levada a cabo por Greta, intitulada Fridays For Future.
Rentzhog encarregou-se de colocar em marcha um plano através da plataforma We Don’t Have Time. O magnata sueco conhecia bem o terreno, uma vez que esteve dedicado, durante anos, ao movimento Climate Reality Project, de Al Gore, e ‘mexia-se’ bem nos cenários mediáticos.
Contudo, cometeu um erro ao confessar ao jornal Dagens ’Nyheter que conheceu Greta casualmente. Ele próprio reconheceu, mais tarde, ao The Times, uma semana antes da primeira greve, que recebeu email de Thoren que o pôs a par de toda a situação. Inclusive, Rentzhog tinha conhecido Malena Ernman, mãe de Greta, “uns três ou quatro meses antes”, durante uma conferência contra as alterações climáticas, que decorreu em Estocolmo.
Malena Ernman era cantora de ópera, tendo inclusive concorrido à Eurovisão, mas abdicou da sua carreira para seguir os passos de Greta, que foi diagnosticada com síndrome de Asperger. Da noite para o dia, Malena transformou-se em vegana — não come carne, peixe, nem derivados de animal — e escreveu o livro Scenes From the Heart [ainda não publicado em Portugal], tendo saído para venda logo uma semana depois de a filha ter empunhado os cartazes a favor de uma greve mundial.
Depois de ter passado pela organização de Al Gore, Rentzhog trabalhou para empresas energéticas do lóbi ecologista com interesse nas renováveis e geriu importantes fundos de investimento — tal como a Laika Consulting e a gigante imobiliária Svenska Bostadsfonden — tudo empresas com lemas rigorosos contra os combustíveis fósseis.
Atualmente, Rentzhog está à frente da Global Utmaning, fundada pela ex-ministra Kristina Persson e administrada pelos empresários mais influentes da Suécia.
Svante Thunberg, pai de Greta, deixou de gerir a carreira da mulher, quando esta se dedicava à música, para gerir a agenda da filha. “Parte do trabalho de Greta é orientado por Daniel Donner, que é o assessor de imprensa da jovem”, revela o The Times. “Donner trabalha no gabinete de um lóbi com sede em Bruxelas, conhecido como European Climate Foundation”.
Enquanto uma multidão a recebia entre aplausos numa pequena marina no sul de Manhattan, nas redes sociais havia protestos sobre a utilização do veleiro, que é propriedade de Pierre Casiraghi, filho da princesa de Mónaco, cuja Casa Real não se carateriza precisamente pela luta contra as alterações climáticas.
Foram surgindo outros nomes ligados às atividades de Greta através do Global Challenge: David Olson (parceiro inseparável da Rentzhog), Anders Wijkman (ex-presidente do clube de futebol AS Roma), Petter Skogar (diretor de uma das principais organizações de negócios da Suécia) e Catharina Nystedt Ringborg (diretora executiva do setor de energia).
São estes os nomes que caminham lado a lado de Greta, a menina que quer mudar o mundo.